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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Análise de Dados


Desenvolvimento de um Plano Qualitativo



A interpretação dos dados torna-se uma tarefa crucial, porém "problemática":

  1. Pela diversificação de formas que os dados podem tomar (relatos, fotografias, desenhos, gravações audio e video, etc.);
  2. Pela dificuldade em distinguir as fases de recolha e de análise de dados, já que ambas se afetam mutuamente e completam.

A) REDUÇÃO DE DADOS E CODIFICAÇÃO
Os planos qualitativos produzem, invariavelmente, uma enorme quantidade de informação descritiva e que tem de ser organizada e reduzida, para que se possa descrever e interpretar o fenómeno em estudo. Esta tarefa vai chamar-se de Codificação e vai permitir, ao investigador, o que os dados contêm.
A codificação acontece, quase sempre, depois da recolha dos dados e o investigador procura regularidades nos dados que justifiquem uma categorização, pelo que as categorias surgem a partir dos dados.

Técnicas para desvendar padrões na informação textual:
  • tomada de anotações detalhadas;
  • indução analítica;
  • comparação sistemática.
Segundo Eisman (1998), citado por Coutinho (2015), a análise qualitativa de dados "envolve sempre três dimensões básicas":
  1. A teorização (categorização);
  2. Seleção (codificação);
  3. Análise (redução de dados).
B) ANÁLISE DE CONTEÚDO
A análise de conteúdo "é um conjunto de técnicas que permitem analisar de forma sistemática um corpo de material textual, por forma a desvendar e quantificar a ocorrência de palavras/frases/temas considerados "chave" que possibilitem uma comparação posterior."(Coutinho, 2015)

Há dois tipos de análise de conteúdo:
  1. Fazem intervir categorias pré-definidas antes da análise propriamente dita - está associada a um quadro teórico que a sustém e ao qual se refere.
  2. Não fazem intervir categorias pré-definidas antes da análise propriamente dita, pelo que têm um carácter puramente exploratório. - os resultados devem-se, unicamente, à metodologia de análise, não havendo referência a um quadro teórico pré-estabelecido. Segundo Bardin (2011), citado por Coutinho (2015), este tipo de análise de conteúdo realiza-se em três momentos sucessivos:
    1. Pré-análise;
    2. Exploração do material;
    3. Tratamento dos resultados (a inferência e a interpretação).

C) FIABILIDADE DO PROCESSO DE ANÁLISE DE CONTEÚDO

Para produzir resultados válidos,a análise deve possuir objetividade e fiabilidade.
Segundo Krippemdorff (1980, p.132-132), citado por Coutinho (2015, p.223), podemos considerar três tipos de fiabilidade:
  1. A estabilidade | Fiabilidade Intracodificador: (também designada por "consistência"): "refere-se ao grau de invariabilidade de um processo de codificação ao longo do tempo" (Coutinho, 2015). Não havendo desvios relevantes entre as duas codificações, os resultados serão considerados fiáveis. Esta é a forma mais fraca de fiabilidade, pelo que não deve ser usada como único indicador de fiabilidade.
  2. A reprodutividade | Fiabilidade Intercodificadores; "grau em que é possível recriar um processo de recodificação em diferentes circunstâncias, com diferentes codificadores" (Coutinho, 2015). As diferenças observadas entre codificações revelam inconsistência intracodificadores e diferenças entre os codificadores.
  3. E a precisão: "grau em que um processo de codificação se conforma funcionalmente com um padrão conhecido." (Coutinho, 2015). É a forma mais forte de medição da fiabilidade. Contudo, raramente se encontram reunidas as condições para se proceder ao cálculo deste tipo de fiabilidade, pelo que a solução mais adequada será recorrer à Reprodutividade.


NECESSIDADE DE ADOTAR CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE VALIDAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO QUALITATIVA

De acordo com Guba (1981), Guba & Lincoln (1988, 1994), citados por Coutinho (2015), todo o processo de pesquisa precisa de ter:

  1. Valor próprio (truth value);
  2. Aplicabilidade ou confirmabilidade (applicability);
  3. Consistência (dependability);
  4. Neutralidade (neutrality).
para ter valor científico.

Os mesmos autores propõem que para se obter rigor na investigação, no paradigma qualitativo, o critérios devem ser:
  1. Credibilidade  - capacidade dos participantes confirmarem os dados;
  2. Transferibilidade - capacidade dos resultados do estudo serem aplicados noutros contextos;
  3. Consistência - capacidade de investigadores externos seguirem o método utilizado pelo investigador;
  4. Aplicabilidade ou confirmabilidade - capacidade de outros investigadores confirmarem as construções do investigador. 














Ary, D., Jacobs, L., & Sorensen, C. (2010). Introduction to Research in Education(8th ed.). Wadsworth, Cengage Learning.




Segunda Sessão Síncrona

Nesta segunda sessão síncrona, do módulo 3, realizada no dia 15.12.2015, o tempo foi dedicado à forma como se processa a análise de dados em estudos qualitativos (conceitos e critérios de validade).
O professor começou por abordar o conceito de investigação qualitativa, seguindo-se as preocupações com a validação da investigação.

"Como referem POURTOIS e DESMET (1988), em estudos predominantemente qualitativos, não é tarefa fácil manter um grau satisfatório de validade tanto nas operações de recolha de informação, como nas que se referem à análise e extração de significação do corpus recolhido." (retirado dos materiais disponibilizados pelo professor relativos à sessão síncrona).

Ao nível da validação da investigação e como principais critérios de validação abordou-se:
  1. Valor de verdade;
  2. Aplicabilidade;
  3. Consistência;
  4. Neutralidade.






quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Questionário e Tipos de Questões/Escalas de Medida









Questionário











Entrevista

A entrevista tem como objetivo a recolha de informação através de questões que são colocadas pelo investigador, ao inquirido. Estas questões podem ser:

  • Abertas;
  • Fechadas;
  • uma mistura de ambas.
Constituem-se como uma poderosa técnica de recolha de dados, já que há interação entre o entrevistado e o investigador, possibilitando ao investigador a obtenção de informação que nunca seria conseguida através de um questionário pois basta pedir esclarecimentos adicionais ao inquirido no caso de respostas pouco esclarecedoras. (Silverman, 2000 citado por Coutinho, 2015)

Como podem gerar informação nova são importantes na fase de estudos de tópicos com os quais o investigador ainda não está devidamente familiarizado ou escasseia investigação prévia. (Teddlie & Tashakorri, 2009 citado por Coutinho, 2015)

Patton (2002) citado por Coutinho (2015), define três tipos de entrevista, da menos estruturada - informal conversational interview -, à mais estruturada - a closed fixed interview - composta por um conjunto de respostas fixas e pré-determinadas, como num questionário, porém desaconselhadas na investigação em CSH, segundo o autor. Na entrevista aberta, segundo o mesmo autor, o investigador não leva consigo qualquer tipo de guião com tópicos prévios a abordar.

Taylor e Bgdan (1998), citados por Coutinho (2015), falam da entrevista em profundidade (in-depth interviewing), enquadradas no paradigma interpretativo, consistem em "repetidos encontros face a face entre o entrevistador e os informantes focalizados".

Normalmente as entrevistas são feitas face a face, mas também podem acontecer por telefone ou através da internet.

Devem ser gravadas e transcritas para posteriormente poderem ser analisadas e interpretadas, implicando o recurso a técnicas de análise de conteúdo.

A transcrição das entrevistas bem como as anotações feitas depois das entrevistas "devem ser devolvidas aos informantes para confirmação como forma de garantir a acurácia das informações recolhidas" (Coutinho, 2015).

Fonte: Coutinho, C. (2015). Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina.


Entrevista Vs Questionário


Adaptado de Cohen, L., Manion, L. and Morrison, K. (2011). Research methods in education. 7thedition.  London: Routledge Falmer

Pontos Fortes e Pontos Fracos dos Diferentes Tipos de Entrevista

Adaptado de Cohen, L., Manion, L. and Morrison, K. (2011). Research methods in education. 7thedition.  London: Routledge Falmer



Linhas Orientadoras para Conduzir uma Entrevista



Adaptado de Cohen, L., Manion, L. and Morrison, K. (2011). Research methods in education. 7thedition.  London: Routledge Falmer