Menu

sábado, 26 de dezembro de 2015

PARADIGMA POSITIVISTA (quantitativo, empírico-analítico, racionalista, empiricista)

Procura adaptar o modelo das Ciências Naturais à investigação das CSH, através de uma metodologia de cariz quantitativo.

A investigação em CSH seguiu este paradigma e do pós-positivismo, o seu sucessor, impulsionados pelas ideias “positivistas”, tão em voga no séc. XIX, baseadas no pensamento de Augusto Comte, que defendia a primazia do estádio positivo do conhecimento baseado na observação.

Esta forma de ver o mundo, apoiada numa ontologia realista (pretendia-se descobrir como as coisas são e como trabalham mesmo, procurando, como fim último, prever e controlar os fenómenos) encontrou na metodologia experimental o instrumento mais eficaz para a sua concretização. Então, o investigador deve equacionar hipóteses e submetê-las à confrontação empírica (falsificação) sob rigoroso controlo experimental.
Neste sentido, aceitamos uma orientação nomotética para a investigação em CSH, em que o conhecimento se questiona por hipóteses causais e estatisticamente comprovadas.


“As hipóteses confirmadas podem generalizar-se a outras populações ou a situações similares às estudadas. Pressupõe a existência de relações simples entre os termos e conceitos técnicos do investigador, as operações de investigação, as descobertas e as conclusões de investigação. Considera-se sobretudo que a investigação social oferece os meios de criar provas objetivas para evitar a subjetividade e os juízos de valor.”
Bible e Bramble (1986, citados em Pacheco, 1993, p. 10)

Para os defensores da teoria positivista, a Teoria é fundamental; na base de uma investigação está sempre uma teoria que a orienta, sendo que muitas vezes a investigação científica limita-se a comprovar essa mesma teoria.

O movimento do positivismo lógico (neopositivismo), nasce no séc. XX e integra, além de Augusto Comte, várias figuras, naquele que ficou conhecido como o Círculo de Viena.
Para estes, também, só o método científico dava garantias de obtenção do conhecimento mais objetivo possível. A objetividade é a palavra forte na epistemologia objetivista que está na base deste paradigma.

Esta epistemologia levou a um paradigma que enfatiza:
  • o determinismo (há uma verdade que pode ser descoberta);
  • a racionalidade (não podem existir explicações contraditórias);
  • a impessoalidade (tanto mais objetivos e menos subjetivos melhor);
  • previsão (o fim da investigação é encontrar generalizações capazes de controlar e prever os fenómenos;
  • uma certa irreflexividade (na medida em que faz depender a validade dos resultados de uma correta aplicação de métodos esquecendo o processo de investigação em si).


O domínio da epistemologia positivista/objetivista teve consequências na investigação em CSH a dois níveis:
  • foi dada importância à produção de conhecimento baseada na descoberta de factos e formulação de teorias visando a generalização;
  • foram adotadas uma linguagem, metodologia e técnicas de medida e quantificação próprias das ciências naturais, que em muitos setores da comunidade científica são os únicos considerados válidos e aceites para investigação em CSH.


Adaptado de Coutinho, C. (2015). Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina. 

Sem comentários:

Enviar um comentário