Menu

sábado, 26 de dezembro de 2015

PARADIGMA SOCIOCRÍTICO (emancipatório, neo-marxista, feminista, freiriano, participatório, transformista)

É uma amálgama de tendências, visíveis nas várias designações a ele associadas e junta um conjunto de investigadores para quem o paradigma interpretativo não foi uma solução (“…mudou as regras mas não a natureza do jogo” Mertens, 1997, p.15).

De forma simplista o paradigma emancipatório é uma versão modernizada da filosofia marxista.
Este paradigma é conceptualmente suportado pela Teoria Crítica de Jurgen Habermas, pois é uma abordagem “crítica”, onde se desafia tanto o reducionismo do paradigma positivista como o conservadorismo do paradigma qualitativo/interpretativo na investigação em CSH.

Para Habermas (1974) nenhum dos dois anteriores paradigmas incluem explicitamente nos seus objetivos a intenção de modificar o mundo rumo à liberdade, justiça e democracia. Ele considera a existência de um terceiro tipo de conhecimento que liga à sua Teoria Crítica – “o conhecimento emancipatório, que visa desmascarar as ideologias que sustentam o status social restringindo o acesso ao conhecimento aos grupos sociais mais oprimidos, numa primeira fase, e, numa segunda fase, intervir de forma ativa para modificar essas situações.

A Teoria Crítica rejeita a existência de um conhecimento objetivo e de perspetivas neutras na investigação, porque todo o investigador está situado socialmente e defende sempre os interesses de um dado grupo social.
“O conhecimento é sempre uma construção social ligado a um interesse de cariz técnico (paradigma positivista) ou a um interesse de comunicação prática (paradigma qualitativo) ou ainda a um interesse crítico emancipatório.

Em suma, este paradigma apresenta semelhanças a nível metodológico com o qualitativo mas a inclusão da componente ideológica confere-lhe um cariz muito mais interventivo que está na origem de estudo sobre curriculum, a administração educativa, e formação de professores e no proliferar de metodologias de investigação que se agrupam em torno da designação geral de “Investigação-Ação”.

Adaptado de Coutinho, C. (2015). Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina

Sem comentários:

Enviar um comentário