É uma amálgama de tendências, visíveis nas várias
designações a ele associadas e junta um conjunto de investigadores para quem o
paradigma interpretativo não foi uma solução (“…mudou as regras mas não a
natureza do jogo” Mertens, 1997, p.15).
De forma simplista o paradigma emancipatório é uma
versão modernizada da filosofia marxista.
Este paradigma é conceptualmente suportado pela Teoria
Crítica de Jurgen Habermas, pois é uma abordagem “crítica”, onde se desafia
tanto o reducionismo do paradigma positivista como o conservadorismo do
paradigma qualitativo/interpretativo na investigação em CSH.
Para Habermas (1974) nenhum dos dois anteriores
paradigmas incluem explicitamente nos seus objetivos a intenção de modificar o
mundo rumo à liberdade, justiça e democracia. Ele considera a existência de um
terceiro tipo de conhecimento que liga à sua Teoria Crítica – “o conhecimento
emancipatório, que visa desmascarar as ideologias que sustentam o status social
restringindo o acesso ao conhecimento aos grupos sociais mais oprimidos, numa
primeira fase, e, numa segunda fase, intervir de forma ativa para modificar
essas situações.
A Teoria Crítica rejeita a existência de um
conhecimento objetivo e de perspetivas neutras na investigação, porque todo o
investigador está situado socialmente e defende sempre os interesses de um dado
grupo social.
“O conhecimento é sempre uma construção social ligado a
um interesse de cariz técnico (paradigma positivista) ou a um interesse de comunicação
prática (paradigma qualitativo) ou ainda a um interesse crítico emancipatório.
Em suma, este paradigma apresenta semelhanças a nível
metodológico com o qualitativo mas a inclusão da componente ideológica
confere-lhe um cariz muito mais interventivo que está na origem de estudo sobre
curriculum, a administração educativa, e formação de professores e no
proliferar de metodologias de investigação que se agrupam em torno da
designação geral de “Investigação-Ação”.
Adaptado de Coutinho, C. (2015). Metodologia de investigação em ciências sociais e humanas: Teoria e Prática. Coimbra: Almedina
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